O especialista Francisco Gonçalves Peres enfatiza que a reserva de emergência deve ser a base da estabilidade econômica pessoal. Em um cenário onde a renda variável atrai cada vez mais iniciantes com promessas de altos rendimentos, muitos esquecem que o primeiro passo da organização financeira não é o lucro rápido, mas sim a segurança contra imprevistos. Sem esse alicerce, qualquer instabilidade pode comprometer todo o planejamento.
Investir em ações ou fundos mais arriscados exige, antes de tudo, uma estrutura sólida. A reserva de emergência atua justamente como esse colchão de proteção, permitindo ao investidor atravessar momentos difíceis sem precisar resgatar investimentos em baixa ou recorrer a dívidas. É ela quem garante que, em situações inesperadas, a saúde financeira será preservada com tranquilidade.
O que é reserva de emergência e qual seu propósito?
A reserva de emergência é um valor guardado exclusivamente para cobrir imprevistos, como perda de emprego, emergências médicas, consertos urgentes ou outras despesas inesperadas. Francisco Gonçalves Peres explica que o ideal é acumular de três a seis meses do custo mensal de vida, dependendo da estabilidade da renda e das responsabilidades do indivíduo. Quanto maior a incerteza, maior deve ser essa reserva.
Ela deve estar aplicada em produtos de alta liquidez e baixo risco, como o Tesouro Selic ou contas remuneradas com rendimento diário. O foco aqui não é rentabilidade, mas acessibilidade imediata e segurança. Essa estratégia evita a necessidade de vender ativos voláteis em momentos de crise, o que pode significar grandes perdas financeiras e frustração no início da jornada como investidor.
Por que não começar direto na renda variável?
A renda variável, como ações ou fundos imobiliários, tem como característica principal a volatilidade. Francisco Gonçalves Perez frisa que quem entra nesse mercado sem proteção corre o risco de precisar do dinheiro exatamente quando o ativo está desvalorizado. Sem reserva, o investidor vira refém das oscilações e pode tomar decisões precipitadas, como vender em baixa ou desistir dos investimentos. A reserva de emergência traz confiança para suportar momentos difíceis, seja na vida pessoal ou nos mercados. Com ela, o investidor não apenas se protege, mas também consegue manter uma visão mais estratégica, focando no longo prazo e evitando atitudes impulsivas.
Como construir a reserva de forma prática e eficiente?
O primeiro passo é mapear todas as despesas fixas e variáveis do mês para saber exatamente quanto se gasta. A partir daí, define-se o valor necessário para a reserva, multiplicando os custos mensais pelo número de meses de cobertura desejado. Francisco Gonçalves Peres recomenda separar uma quantia todo mês e tratar essa meta como prioridade, até que a reserva esteja completa.
Evitar o uso dessa reserva para compras planejadas ou objetivos futuros também é essencial. Ela existe apenas para emergências. Uma boa dica é mantê-la em uma aplicação separada da conta-corrente, para não cair na tentação de usá-la em momentos de impulso. Ao manter disciplina e foco, o investidor cria um ambiente propício para crescer com segurança no mercado financeiro.
O alicerce de toda jornada financeira
Investir é importante, mas fazer isso com consciência é o que garante resultados duradouros. A reserva de emergência representa um cuidado básico, muitas vezes negligenciado por quem deseja acelerar os ganhos. Francisco Gonçalves Perez reforça que começar pelo básico não é atraso, mas estratégia inteligente de quem entende o jogo financeiro.
Autor: Yves Ivanovna
